A música brasileira está de luto. Morreu, na noite de domingo - 02.11.2025, em Belo Horizonte, o cantor, compositor e multi-instrumentista Lô Borges, aos 73 anos. Figura essencial da MPB e um dos nomes mais brilhantes da cena musical mineira, Lô deixa uma obra marcada por sensibilidade, poesia e inovação. Sua trajetória foi construída com simplicidade e genialidade, traduzindo em canções o espírito livre e o sentimento profundo de uma geração.
Nascido em Belo Horizonte, Lô Borges ganhou projeção nacional ao lado de Milton Nascimento e outros artistas mineiros que formaram o lendário Clube da Esquina, movimento que surgiu nos anos 1970 e redefiniu a música brasileira. Com sua guitarra, suas letras e sua voz inconfundível, Lô ajudou a dar forma a uma sonoridade que uniu o rock, o jazz, a bossa nova e a música regional, criando algo único e atemporal.
Em 1972, Lô lançou, junto a Milton Nascimento, o icônico álbum “Clube da Esquina”, considerado uma das maiores obras da música brasileira. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco solo, o famoso “Disco do Tênis”, que se tornou um símbolo de liberdade criativa e ousadia musical. Dali nasceram composições que se tornaram hinos, como Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, O Trem Azul e Para Lennon e McCartney, que continuam emocionando gerações.
Ao longo das décadas, Lô Borges manteve-se fiel à sua essência. Produziu novos trabalhos, fez parcerias memoráveis e continuou se apresentando com a mesma energia de sempre, mostrando que a música era, para ele, uma forma de viver e de resistir. Sua arte atravessou o tempo, mantendo viva a chama do Clube da Esquina e inspirando novos músicos e poetas.
Com sua partida, o Brasil se despede de um mestre, mas celebra uma herança musical que jamais se apagará. Lô Borges foi — e continuará sendo — um símbolo de autenticidade, criatividade e emoção. Suas canções são eternas, e sua voz seguirá ecoando entre montanhas, esquinas e corações.
Hoje, a esquina está mais silenciosa, mas o som de Lô Borges jamais deixará de tocar.
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